Memórias de infância
Quando eu era pequeno, os meus pais ofereceram-me dois periquitos: um macho e uma fêmea. O objectivo desta aquisição era ensinar-me a ter mais responsabilidade para com tudo.
Ao início, achei que ia ser fácil, pensava que bastava deitar comida e água uma vez por dia, mas enganei-me. Não é que me calharam dois pássaros comilões?
Passadas umas semanas, andava eu exausto, a reclamar que os pássaros davam muito trabalho, que não tinha tempo para fazer aquilo que eu queria. Então, houve um dia em que eu me chateei a sério e fui falar com a minha mãe a respeito de não ter tempo para mim. Ela respondeu-me que, quando nos comprometemos com algo, é para levar até ao fim.
Eu pensei no que a minha mãe me disse e lá arranjei um pouco de pachorra e recomecei a fazer de “baby-siter”.
Um dia, de manhã, levantei-me e fui à gaiola para encher o bebedouro e a tigela com comida. Tive uma bela surpresa ao verificar que havia dois ovinhos azuis no ninho.
Nesta altura, redobrei os cuidados com a fêmea, para que ela estive saudável e apta para chocar os ovos. Passados uns dias, quando acordei, pareceu-me ouvir vários passarinhos a cantar. Ainda pensei que fosse impressão minha, mas assim que cheguei lá, tinha mais um passarinho. Estava tão feliz que abri a porta sem querer e os pássaros adultos começaram a voar pela casa.
Foi um tormento para conseguir apanhá-los!
Quando o pequeno esteve apto para voar, comecei a ensiná-lo a procurar comida.
Ao fim de algumas semanas soltei todos os passarinhos!
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